“Quem inventou o futebol?” – esta é uma pergunta simples que continua a perpetuar no tempo, não só devido à importância desta modalidade para a sociedade, mas também pelo conflito de histórias que vamos ouvindo.
A verdade é que cada cultura tenta solidificar a sua posição como a nação onde surgiu o futebol, mas nem todas têm um caso sólido, sendo que existem alguns países que podemos destacar de forma clara na história.
O futebol é, sem dúvida alguma, o desporto mais apreciado nos quatro cantos do mundo, sendo que existem alguns locais onde tal é exceção, porém, a sua magnitude em termos globais é praticamente imensurável.
Quem fundou o futebol será sempre uma discussão acesa, onde existem imensas teorias e historiadores a fomentar as suas opiniões, mas sem nunca chegarmos a uma conclusão clara relativamente a esta questão.
A importância do futebol, em termos sociais, é uma questão muitas vezes subvalorizada e se tivermos em consideração toda a história deste desporto, iremos entender o quão influente este foi e continua a ser no quotidiano da população em geral, mas, sobretudo em termos económicos.
Neste artigo iremos ao fundo da questão sobre “Quem descobriu o futebol” e as raízes da história do desporto mais apreciado em todo o mundo.
Onde surgiu o futebol na sua primeira forma?
Os primórdios da história do futebol levam-nos até à China, muito antes sequer da cultura que imaginamos atualmente e onde esta forma de “desporto” era utilizada para forma de treino militar das guardas do imperador.
Mas será esta a resposta à pergunta sobre que país inventou o futebol? Não necessariamente, contudo, possui uma certa importância no seu desenvolvimento.
Numa primeira instância, os guardas chineses chutavam os crânios ou as cabeças dos inimigos derrotados, tendo estes depois substituídos por bolas de couro que teriam de chutar para dois postes enterrados no chão.
Avançando um pouco na história, chegamos até à Grécia, onde o “epísquiro” era a forma de futebol que os gregos praticavam na sua altura.
Com um número de jogadores que dependia do tamanho do campo, os gregos chutavam uma bola feita de bexiga de boi com ar e areia, que pontapeavam para as balizas.
Chegávamos assim até à Roma antiga, onde os romanos voltariam a utilizar este desporto como forma de treino, muito mais intensamente e que poderia ter a duração de horas.
Ainda jogada com uma bexiga de boi como bola, este tipo de treino acabou por se espalhar por outras regiões da Europa, Ásia e África.
Por último, e antes de entrarmos naquilo que consideramos um pouco de “futebol moderno”, é importante fazer uma referência ao Calcio Fiorentino.
Calcio (que ainda hoje é a designação utilizada pelos italianos para o futebol), foi introduzido em Florença em meados de 1500, sendo que o mesmo era jogado com os pés e mãos, sem número limite de jogadores e com 10 árbitros dentro do campo.
Este tipo de variante do futebol ainda é praticado atualmente em Itália, como forma de festividade, sendo um desporto extremamente violento e com regras, no mínimo, caricatas.
O futebol, como conhecemos hoje, apareceu posteriormente em Inglaterra, a nação que mais declara ser a originadora desde desporto que move multidões.
Onde nasceu o futebol como hoje conhecemos?
Depois de muitas conotações agressivas associadas ao estilo de jogo existente, apenas em meados do século XVII é que vimos o início de estabelecimento de algumas regras relativamente a este jogo, sobretudo para que as mesmas fossem jogadas nas escolas.
A Inglaterra foi assim a primeira nação a apresentar o futebol como uma atividade física em espaços de interesse público, como o Covent Garden e a Fleet Street.
A difusão do futebol pelo país foi praticamente instantânea, o que também criou alguns problemas em termos de regras, já que cada região possui as suas próprias leis, tornando o jogo sempre diferente.
Na verdade, o real estabelecer do futebol como modalidade praticada com os pés acabou por ser feito em 1846, distinguindo-se então do Rugby, o que pode ser o princípio da resposta sobre a pergunta de qual o país que inventou o futebol.
Passados dois anos, a Cambridge University Association Football Club acabou por elaborar um livro com regras, tornando o jogo mais técnico, menos físico e com normas que acabam por durar até à atualidade, apenas com ligeiras alterações.
O futebol tornou-se assim uma modalidade para todas e onde as classes operárias viriam a ter uma parte fundamental no seu crescimento, sobretudo nas primeiras competições e nos protagonistas que teriam em campo, mas também na sua expansão.
Primeiras competições e protagonistas
Os primeiros jogos de futebol em Inglaterra tiveram um caráter amigável, sobretudo para entender como se adaptaram os jogadores e equipas às regras, já que estas vinham a sofrer constantes atualizações ao longo do tempo.
O Sheffield FC e o Notts County eram as equipas que jogavam uma partida com base nas regras estabelecidas, para se entender até que ponto poderiam enveredar para uma competição, algo que finalmente viria a acontecer.
A primeira competição como conhecemos, e que atualmente ainda é disputada, acabou por ser assim a FA Cup, sendo este o maior orgulho que os ingleses têm na sua história e que os leva a estabelecer-se como “quem criou o futebol”.
A primeira edição da Taça de Inglaterra (FA Cup) teve como finalistas o Wanderers e os Royal Engineers, sendo que esta ficou marcada por uma lesão da equipa menos favorita, os Wanderers, porque estes jogaram praticamente a partida toda com mais um atleta.
Um dos jogadores dos Royal Engineers teve uma lesão no pescoço e, como ainda não existia a regra das substituições, os mesmos tiveram de jogar com 10 atletas até ao final do encontro.
Esta partida teve mais de duas mil pessoas a assistir, sendo que este tornou-se um fenómeno nos anos seguintes, projetando a FA Cup como a melhor competição do mundo de futebol entre 1850 e 1900.
A FA Cup viria assim a crescer todos os anos, com cada vez mais equipas a fazer parte da competição e com equipas escocesas a entrarem também na mesma, o que viria a tornar-se um problema em termos logísticos.
A competição foi dominada pelas equipas com mais dinheiro, sendo que os clubes que conseguiam pagar atletas (apenas 4 deles), garantiram 19 títulos consecutivos nas primeiras edições da FA Cup.
É inegável a preponderância que a Inglaterra teve no desenvolvimento do futebol como conhecemos hoje, daí sermos assolados tantas vezes com a expressão “Football is coming home”, sempre que este país está perto de vencer um título internacional.
Futebol e a sua popularidade
A importância sobre quando foi inventado o futebol é imensa, sobretudo devido à popularidade que a modalidade acabou por atingir até este momento, onde domina por completo não só o mundo desportivo, mas também uma grande parte da economia mundial.
A capacidade de mover massas é inegável, sendo que mesmo as nações com menor tradição na modalidade acabam por investir neste desporto, tais são as referências existentes em termos globais.
O orgulho existente sobre ser o melhor país do mundo na modalidade é, neste momento, algo de inqualificável, sendo que o investimento feito pelas federações para projetar as suas seleções e competições internas é algo nunca antes visto.
O futebol tornou-se muito mais do que um desporto, sendo uma verdadeira “economia em andamento”, o que nem sempre beneficia a puridade do jogo em si.
Realmente, quem é que inventou o futebol?
A verdade é que o futebol como realmente conhecemos foi fomentado pelos ingleses e é impossível não lhe demos crédito por tal. Contudo, os primórdios da modalidade podem ser atribuídos aos chineses, que começaram o primeiro estilo de jogo.
A pergunta “Quem país inventou o futebol?” acaba assim por ter várias respostas, sendo que nenhuma delas estará errada, tendo em conta a perspetiva de quem for argumentar.
O que realmente importa é que estamos perante um desporto com uma enorme importância cultural e social, que continua a encantar milhões de pessoas por todo o mundo e que é uma “máquina económica” bem oleada, com protagonistas que nunca serão esquecidos na história.